sexta-feira, 29 de julho de 2011
Efêmero
Sou assim, assim mesmo. Efêmero, passageiro, inconstante. Apenas resta de mim aquilo que não se pode palpar e que não se pode ver, mas pode ser lembrado e desta forma sentido. Sou assim, preciso, mas não quero mudar, sou inconstante, mas a mudança não me faz bem. Não me faz bem por eu não estar bem. Um dia, talvez, tudo mude, eu mude e de tanto mudar me fixe, me dedique a alguma coisa e apenas a uma coisa, ou a nada, apenas a mim, mas por hoje sou passageiro, mostro minha melhor face e depois desapareço, antes que a máscara caia, que minha sujeira suje aquilo que é para ser bonito.
By Carlo
sexta-feira, 22 de abril de 2011
PASSAdo
Já fui bonito
Hoje sou o que sou,
Acima de classificações
Acima de tudo que me prendeu
Ao nível do que me deu asas...
Ontem eu mergulhava em lágrimas
Hoje vôo, alto... Tanto quanto sou capaz de imaginar.
Ontem eu era você, hoje sou eu.
Ontem eu era pra mim, hoje sirvo a todos.
Não por obrigação, mas por prazer.
Todo prazer que o mundo é capaz de proporcionar,
Tanto quanto posso suportar.
by Carlo
sábado, 16 de abril de 2011
Palavras sem sentido.
Pode o sol brilhar com força total após o verão?
Ainda há flores a cair depois do outono?
Ou neve a derreter findo o inverno?
Luz a brilhar chegada noite sem lua ou brisa suave ao sol do meio dia?
Orvalho refrescante ao fim da tarde... O que resta depois de tudo?
Todas as palavras ditas, todos os gestos encenados. Sem ensaios vividos e sentidos e sofridos e, enfim, esquecidos.
O que resta é mesmo isso. Tudo o que resta é isso. Palavras sem sentido àquele que não sente. Sem sentido como tudo parece depois de passada a emoção.
By Carlo
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Anjo tresloucado, tão breve, tão necessário... Chorava a minha tristeza.
Ainda sem palavras, sinto o coração aquecido por um afago angelical.
quinta-feira, 12 de março de 2009
quarta-feira, 11 de março de 2009
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Oração
Que o meu silêncio seja cúmplice das minhas insanas intenções.
Que o que trago no peito seja forte o suficiente para não sucumbir aos chamados do corpo e aos devaneios do próprio coração.
Que eu poderia pensar que sou? Que eu poderia esperar de mim? Por mais que a solidão que ronda me assuste...
Por mais que o vazio ao meu lado esteja ficando cada vez mais intenso, tão forte que até parece criar forma e corpo. Corpo e formas que me agradam de uma maneira quase impossível de controlar, sempre há um medo ou um instinto ou sei lá o que me deixa em alerta, me lembra que essas formas são vazias, são quentes, mas incapazes de me aquecer, são fortes, mas não me protegem, são bonitas, mas não há como eu contemplá-las de olhos abertos.
Por algum tempo fui feliz, muito feliz, em um segundo fui jogado do céu e caí na terra, a meio caminho do inferno.
No momento em que inferno deixou de ser tenebroso e passou a ser até agradável, antes que eu pudesse caminhar até ele, deus me chamou de volta (ou o próprio diabo me expulsou) e aqui estou. Cercado por uma miséria de anjos e demônios, que me tiram o sono à noite e seguram meus passos durante o dia. Que não sei se exorcizo ou se os chamo de vez para ficarem ao meu lado, mesmo que sozinho...
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Com os relacionamentos anteriores aprendi:
Não existe fórmulas
Que o certo e o errado mudam assim como as pessoas mudam
Que a saudade faz parte de tudo que é (foi) bom ou ruim
Que a saudade é uma dor que não para de doer, nós apenas nos habituamos a ela
Que nem sempre o fim é o fim ou o começo é um começo
Que se não doer não vale a pena
Que mesmo não valendo a pena não deixa de ser importante
Que tudo pode, desde que seja escondido (bem escondido) e sem remorso
Pra falar bem a verdade...
acho que não aprendi nada não...
domingo, 13 de julho de 2008
Conto I - O Início
Era um jovem comum como tantos outros que existem nesse mundo, levava uma vida simples com seus pais na fazenda, ajudava nas tarefas locais e, mesmo sendo um pouco tímido e arredio, julgava-se feliz com a vida que tinha. Porém, desde que seus pais foram encontrados misteriosamente mortos na floresta, onde costumavam passear com seu cão labrador de pelagem amarelada nas tardes do início da primavera, quando o clima ainda está tão quente e não há tantos insetos para incomodar, sentia que não era mais o mesmo e coisas estranhas e sem explicação pareciam acontecer quando ele estava por perto.
Sua vida mudou drasticamente após a morte de seus pais, foi obrigado a mudar-se para a cidade e ter os bens herdados administrados por um tutor revelado na leitura do testamento de seus pais, que vivia na Europa e que ele sequer considerava existir.
No seu primeiro aniversário sozinho, sem seus pais resolveu ir ao cemitério, lugar que ultimamente vinha visitando com freqüência. Sentou entre as duas lápides brancas de mármore barato e perdeu a noção do tempo tentando entender não apenas a razão de ter perdido seus pais tão cedo, mas a forma trágica com que seus corpos haviam sido encontrados por ele próprio. Quando deu por si já era tarde, o sol sumia no horizonte e seus últimos raios deixavam o céu com um tom laranja esverdeado muito artificial. Levantou-se para ir embora e percebeu um pequeno objeto esférico exatamente no local onde ele estava sentado, se perguntou como não percebeu sua presença antes, e imaginou que aquilo seria um presente de seus pais, único que recebera em seu aniversário.
Passado alguns meses começou a sentir-se estranho, como se fosse observado o tempo todo. Por diversas vezes teve a nítida sensação de que estava sendo espionado, chegado a ver olhos escuros e sem brilho nos cantos e frestas de sua casa, sua escola, pela rua e em todos os lugares. Até em seus sonhos essa sensação lhe perseguia. E foi em um sonho que olhou mais de perto pela primeira vez o objeto que encontrara no seu ultimo aniversário, percebendo em sua superfície lisa e quase perfeita algumas marcas, como retas, paralelas, tangentes, ângulos e espirais, que pareciam terem sido feitas de dentro para fora. A partir deste dia deixou de se sentir intimidado pela sensação de ser vigiado o tempo todo, como se em posse deste objeto ele ficasse invisível aos olhos que via pelos cantos.
Mas aquele dia, exatamente um ano da morte de seus pais e desaparecimento de seu cachorro, havia acordado diferente, como se seu despertar fosse a continuação de um sonho real. Um assustador pesadelo. Vestiu-se rapidamente e enquanto colocava a camiseta branca e sem estampa olhou demoradamente para o objeto que trazia pendurado em seu pescoço, achando-o estranho demais para ser usado com um pingente, mas mesmo assim continuou com ele, vestiu uma blusa de moletom surrada, com capuz e zíper e saiu para uma caminhada, sem nem ao menos se alimentar.
Andou por ruas e quarteirões. Aquela sensação de ser observado estava diferente hoje. Não via olhos nas frestas, mas sentia que havia alguém em seu encalço. Avançando para próximo dele a cada passada. Assim perdeu a noção do tempo e a estranha sensação, que não chegava a ser medo, tomou conta de seu corpo e seus sentidos e andou o dia todo, passou ruas e quarteirões, deu voltas pela cidade inúmeras vezes, se afastou de seu bairro, caminhou até que, ao cair da noite, que para ele pareceu chegar logo após o meio dia, chegou a uma parte da cidade que ele não conhecia, onde havia vários terrenos baldios, e nas poucas casas e estabelecimentos comerciais decrépitos as janelas e portas estavam fechadas. Logo que o sol lançou seu último raio e sua luz se apagou por completo na barra do horizonte e o céu ficou iluminado apenas pelas estrelas dessa noite sem luar ele teve instinto forte e urgente de correr e se esconder. Temeu por sua vida, percebendo e aceitando o que vinha negando fortemente, revelando para si mesmo que a morte de seus pais fora causada por forças extra-humanas. Por uma força má e desconhecida, que o vinha observando há meses, que lentamente planejava um ataque derradeiro e que hoje decidira que era hora de dar o golpe de misericórdia, acabando com o último representante de sua família.
Correu como um desesperado pelo complexo labirinto que as ruas da cidade desconhecida projetavam. Suas pernas finas e seu porte magro não lhe ajudavam muito nessa hora. Segurava fortemente contra o peito o objeto que ele tinha como um amuleto sagrado, como se aquele pequeno objeto, ladeado por inscrições indecifráveis fosse capaz de mantê-lo a salvo da fúria assassina que o perseguia veloz como uma flecha. Correu mais rápido que pode, tropeçara no meio fio, sem, contudo perder o equilíbrio virara a esquerda e depois à direita – meu deus, como posso escapar disso? – mais uma vez à direita e pronto, estava acabado! Chegara a um beco escuro e fedorento, iluminado pelo néon, ora azul, ora vermelho, de uma boate barata, onde homens taciturnos de casaco preto entram rápidos e jogavam cartas até o amanhecer, apostando um dinheiro que não possuíam com homens que não conheciam sem se importar com suas vidas.
Sabia que sua única chance de salvação era usar o amuleto que possuía – usar corretamente o amuleto que possuía – mas nunca, desde que o encontrara, conseguira decifrar a mínima parte daquelas confusas riscas feitas no objeto que parece ser muito antigo. Subitamente vira-se para a direção de onde acabara de chegar, não fazia idéia de onde se encontrava. Apenas tinha certeza de que não podia se entregar, e não podia entregar seu amuleto àquele espectro que o perseguira, sabia embora sem entender como, que precisava manter aquele objeto próximo de si. Em um ato automático, levou rapidamente o objeto à boca e em menos de um segundo este já adentrava seu estômago vazio, pois desde o anoitecer do dia anterior não se alimentava.
Mal acabara de abaixar sua mão e sente que, embora não veja nada, não está mais sozinho naquele beco. Desesperado cai de joelhos, em um gesto misto de fraqueza e resistência, com tanta força e velocidade rasgando seu velho jeans e gerando uma escoriação em sua pele pelo atrito brusco contra o asfalto áspero e úmido.
Repentinamente ficara difícil respirar ali, como se a cada inspiração o ar fugisse de seus pulmões, ao invés de entrar e a cada expiração seu tórax fosse comprimido por uma mão que o envolvia. Força a visão a sua frente, mas não consegue distinguir nada entre os flashs coloridos que o néon jogava naquele estreito beco, azul – vermelho -escuro. Concentrou-se tanto e com tal força para enxergar algo que caiu em uma espécie de transe. Passou a ver seus movimentos como em um filme de suspense.
Do alto viu seu corpo de joelhos, que estranhamento já não era seu. Vê uma pequena mancha de sangue em cada rasgo recém-feito em sua calça, viu-se lá embaixo parado, olhando fixamente para frente. Alguém desatendo não perceberia que havia mais alguém naquele sombrio ambiente, mas ele pode distinguir, agora olhava do alto, um borrão parado, suspenso no ar, não maior que uma lata de lixo. Não pode distinguir braços, pernas, boca ou olhos, nem ao menos algo que se parecesse com uma cabeça. Quando percebeu a estranheza da situação, estando ele suspenso a mais de
O que estava no alto observa com náuseas a cena, já percebendo o que está prestes a acontecer, de alguma forma a estranha criatura sabia que o rapaz havia escondido o precioso talismã em seu interior e o estava obrigando a procurar em seu próprio corpo, o pequeno objeto que há pouco engolira a fim de preservá-lo. Realmente era o fim, realmente, se já não estava morto, em breve morreria. Enquanto seu corpo tremia como o de uma criança que convulsiona, a procura pelo talismã em seu esconderijo visceral continua. Das laterais da boca, exageradamente aberta assim como a das cobras quando engolem uma presa grande demais, escorria sangue em grande quantidade. A mão de dedos longos e unhas sempre aparadas, agora no interior do estômago, sangrava através de dois grandes cortes produzidos pelos compridos e afiados dentes muito brancos e alinhados que possuía da cavidade bucal que acabara de invadir, estava sentindo os efeitos corrosivos do suco estomacal, terrivelmente ácido e concentrado devido ao longo período de jejum.
A criatura se estremece, emitindo um som longínquo que mais parecia o gemido triste e fúnebre das vigas de um velho galeão que passa por uma tempestade violenta, podendo-se quase distinguir nas notas mais altas os trovões raivosos lançando seu brado aos sete mares. Em um movimento rápido e inesperado, como o bote certeiro e calculado de uma serpente a estranha forma avança sobre o rapaz ficando a um palmo deste, que continua freneticamente revolvendo seu interior com sua mão, que agora já começa a ter sua pele, músculos e tendões desfeitos pela ação do suco gástrico, à procura de um objeto sólido, com o tamanho e forma que lembram um olho fora de sua órbita. Agora a criatura estava posicionada entre o observador e o rapaz, sendo também parcialmente iluminada pelas variações de cores que o néon produzia. A fraca luz que a iluminava, a atravessava, como a luz de uma geladeira aberta incidindo sobre uma gelatina, mas não chegava ao outro lado. Não havia nele detalhes para serem observados, também não podiam ser distinguidos os limites de seu corpo, parecia mais um monstro mal feito, saído de um cinema trash de quinta categoria. Porém essa forma bizarra carregava algo em si que assustava e que paralisava de medo, talvez pelo simples fato de ser ridícula e simples demais para justificar sua existência, talvez por ter sido capaz de obrigar o rapaz a revirar suas entranhas com sua própria mão sem ao menos tocá-lo.
Mais uma vez o ruído frenético das castanholas é ouvido e os tremores no corpo do rapaz cessam. Sem pressa o braço do rapaz desliza para fora, completamente coberto de sangue, sua boca permanece escancarada, bochechas flácidas e pálidas contrastavam com o vermelho vivo de sangue que as cobria. Nas mãos não mais havia pele ou carne, apenas podia ser visto brancos ossos e tendões, ora azulados, ora avermelhados pelo brilho oscilante do néon. As batidas descompassadas das castanholas continuavam cada vez mais rápidas, e o rapaz estende seu braço e sua mão quase completamente corroida atravessando lentamente a matéria que formava aquele ser. Nem sinal do talismã ou algo que interessasse à criatura, que pareceu aumentar e dobrar de tamanho enquanto emitia um ruído semelhante ao pio agourento de uma coruja, misturado ao coaxar nervoso de um sapo sob a chuva. Aumentou tanto que ao som de um baque surdo desfez-se no ar como as espirais errantes da fumaça de um cigarro que queima solitário em um cinzeiro dentro da boate onde os homens de andar rápido passam a vida a apostar o que não possuem, a fim de ganhar o que não lhes pertence para poder, novamente, empenhar tudo em uma nova cartada.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Sete para os Senhores-Anões em seus rochosos corredores,
Nove para os Homens Mortais, fadados ao eterno sono,
Um para o Senhor do Escuro em seu escuro trono
Na Terra de Mordor onde as Sobras se deitam.
Um Anel para a todos governar, Um anel para encontrá-los,
Um Anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los
Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Amigo Aprendiz
Nem demais e nem de menos
Nem tão longe e nem tão perto
Na medida mais precisa que eu puder
Mas amar-te como próximo, sem medida,
E ficar sempre em tua vida
Da maneira mais discreta que eu souber
Sem tirar-te a liberdade
Sem jamais te sufocar
Sem forçar a tua vontade
Sem falar quando for a hora de calar
E sem calar quando for a hora de falar
Nem ausente nem presente por demais,
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo,
Mas confesso,
É tão difícil aprender,
Por isso, eu te peço paciência
Vou encher este teu rosto
De alegrias, lembranças !
Dê-me tempo
De acertar nossas distâncias! "
by Fernando Pessoa
domingo, 28 de outubro de 2007
Apartamento 41
Como eu estava me sentindo bem naquele momento. Poder transformar sonho em realidade fez-me rejuvenescer dez anos. Sentado no chão da sala, em meio aos ecos daquele imenso e vazio apartamento, meus pensamentos até então reprimidos por coisas que eu sempre quis fazer e nunca fiz podiam finalmente voar.
Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre.
Cecília Meirelessábado, 27 de outubro de 2007
domingo, 2 de setembro de 2007
Minha Doce Criança
Me fazer lembrar de memórias de infância
De quando tudo era fresco como o céu azul brilhante
De vez em quando, quando vejo seu rosto
Ela me leva para aquele lugar especial
E se eu olhasse muito
Provavelmente perderia o controle e choraria
Ela tem olhos como o azul do céu
Como se eles pensassem na chuva
Eu odeio olhar naqueles olhos
E ver uma pitada de dor
Seus cabelos me lembram um lugar quente e seguro
Onde como uma criança eu iria me esconder
E rezaria para o trovão
E para a chuva
Passarem serenamente por mim
Oh, Oh, Oh
Minha doce criança
Oh, Oh, Oh
Minha doce amada
Para onde vamos?
Para onde vamos agora?
Para onde vamos?
Para onde vamos agora
Doce criança?
Para onde?
Para onde vamos agora?
Oh, não, não, não, não
Minha doce criança.
Tradução de Sweet Child O' Mine, Guns n'Roses.
Download via emule (mp3): Guns and Roses - Sweet Child O' Mine
Letra em inglês aqui!
Clip no Youtube:
domingo, 18 de março de 2007
no title
como dizer q te amo...
se ñ estamos juntos...
como dizer te amei...
se ainda te amo...
como dizer te quero...
se vc não me quer...
como dizer q vou te esquecer...
se ñ vivo sem você...
como dizer q quero voltar...
se nada acabou...
como dizer q terminou...
se nada começou...
desconheco o autor
no title
O mundo é grande e mau
Me trouxe até você e agora te tirou de mim
Estamos quase do mesmo lado
Estamos quase lado a lado
Mas mesmo assim você está ai e eu aqui
Não sei até quando vamos estar juntos,
Se já estamos a tanto separados.
Não sei quando isso vai ter fim
Não sei quando vou ter você novamente
Ao lado de mim.
by lordcaio
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
passado
Lembro de como era
E como era pra ser
Hoje eu me esqueço
Ou tento esquecer
Esquecer de como foi
E de como nunca vai ser...
by lordcaio
quinta-feira, 26 de outubro de 2006
sexta-feira, 19 de maio de 2006
em toda sua extensão,
libertando-se de qualquer preconceito,
irradiando apenas a luz natural de se alegrar com todos aqueles
que estão ao seu lado,
ignora os erros em seu semelhante,
dando o seu coração, em troca de uma
Amizade sincera e eterna...
De pessoas assim,
poderemos obter o exemplo,
do que é realmente saber viver...
desconheço o autor
quinta-feira, 4 de maio de 2006
Aquela palavra ausente
Serena que o mal afasta
Da calmaria das noites
A orvalhada a neblina
Deslizando em ténues brilhos
No azul-negro da cidade
Lusco-fusco que se espalha
Em traços curvas d’estrada
A solidão caminhante
Rio descendo a montanha
Saltando escolhos veloz
O laço que se estende
No abraço no instante
Da água que beija a foz
Serei a onda que grita
No interior de nós
A descoberta tardia
O Amor a Liberdade a Paz
Cobrir-me-ão amanhã
Quando a Terra despertar
Para mais um dia
De intuições benditas
E o sorriso aclarar
By Brancoepreto
O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho.
É viver cada momento e construir a felicidade aqui e agora.
Claro que a vida prega peças. O bolo não cresce, o pneu fura, chove demais, perdemos pessoas que amamos...
Mas, pensa só:
Tem graça viver sem rir de gargalhar, pelo menos uma vez ao dia?
Tem sentido estragar o dia por causa de uma discussão na ida pro trabalho?
Eu quero viver bem... e você?
2005 foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas, mas também de problemas e desilusões, tristezas, perdas, reencontros...
Normal...
Às vezes, se espera demais. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou...
Normal...
2006 não vai ser diferente. Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas, e aí? Fazer o quê?
Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?
O que eu desejo para todos nós é sabedoria. E que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa experiência.
O nosso desejo não se realizou?
Beleza... Não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa para esse momento (me lembro sempre de uma frase que ouvi e adoro: "cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade".)
Chorar de dor, de solidão, de tristeza faz parte do ser humano...
Mas, se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes.
Desejo para todo mundo esse olhar especial!
2006 pode ser um ano especial, se nosso olhar for diferente.
Pode ser muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso.
Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro.
2006 pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, especial!
Depende de mim... De você.
Pode ser... E que seja!
By Arnaldo Jabor
domingo, 8 de janeiro de 2006
Surreal
Pássaros voando de cabeça para baixo
O sol verde, tão natural
A grama cozida dentro de um tacho
O boi remando rio abaixo
Surreal, um tema surreal
O sinal de parar, correndo pela rua
O carro berrando no Pantanal
Um bombeiro pegando fogo na grua
Enquanto sambava no Carnaval
Um pato pateta numa casa sem paredes
E Vinícius escrevendo alguma coisa e tal
Toquinho numa folha qualquer, azul ou verde
Requebrando sob a luz de Portugal
Um cadeado que trancou a ele mesmo
Dentro de uma caixa de cereal
Um coelho e Alice correndo a esmo
Pelas letras de um livro surreal
Surreal, um tema surreal
Elefantes rosados enxergando um bêbado com bolinhas
Uma sinfonia de Beethoven triunfal
Sendo cantada em rap por mocinhas
Que cantar mesmo, o fazem muito mal
Um nuvem em formato de paradoxo
Que faz chover pedras de sal
Caindo em cima de um judeu ortodoxo
Que canta salmos católicos de Natal
Surreal, o que pode ser surreal?
Autor desconhecido
quarta-feira, 7 de dezembro de 2005
domingo, 27 de novembro de 2005
Lisbon revisited (1923)
NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
By Álvaro de Campos
quinta-feira, 6 de outubro de 2005
Aponte para o sempre...
Não há mais qualquer bravo cavaleiro,
nem uma única princesa a passear por florestas encantadas.
Pensamos às vezes que a nossa era
está além das fronteiras, além das aventuras.
Que o destino já passou do horizonte e se foi para sempre.
É um prazer estar enganado.
Princesas e cavaleiros, encantamentos e dragões,
mistério e aventura... não existem apenas aqui e agora,
mas também continuam a ser tudo o que já existiu nesse mundo.
Em nosso século só mudaram de roupagem.
As aparências se tornaram tão insidiosas
que as princesas e cavaleiros podem se esconder um dos outros,
odem se esconder até de si mesmos...
Contudo, os mestres da realidade, ainda nos encontram em sonhos,
para dizer que nunca perdemos o escudo de que precisamos contra os dragões...
A intuição sussurra a verdade!
Não somos poeiraSomos magia!
Feche os olhos...E siga sua intuição
by Richard Bach
terça-feira, 16 de agosto de 2005
O mundo me tornou egoista e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve, Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender nada, numa alegria atônita...
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.
by Mário Quintana
sexta-feira, 29 de abril de 2005
Melancolia
By C. Bini
domingo, 17 de abril de 2005
O buraco do espelho
O buraco do espelho está fechado agora eu tenho que ficar aqui com um olho aberto, outro acordado no lado de lá onde eu caí Pro lado de cá não tem acesso mesmo que me chamem pelo nome mesmo que admitam meu regresso toda vez que eu vou a porta some A janela some na parede a palavra de água se dissolve na palavra sede, a boca cede antes de falar, e não se ouve | Já tentei dormir a noite inteira Quatro, cinco, seis da madrugada vou ficar ali nessa cadeira uma orelha alerta, outra ligada O buraco do espelho está fechado agora eu tenho que ficar agora fui pelo abandono abandonado aqui dentro do lado de fora |
By Arnaldo Antunes
sexta-feira, 1 de abril de 2005
Vida que temos
E outra que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar."
By Fernando Pessoa
(...)
Por ironia do destino ou por mera brincadeira de deus aquele não foi o seu fim e ao término da tarde do dia seguinte acordou-se e olhou a sua volta. Estava confuso, sem noção de tempo e espaço. Sentia sede, frio, dor...
Sentia-se sujo, sentia-se vazio! Em seu peito não sentia mais seu coração... em seu peito não havia nem cinzas de uma paixão que queimou muito por muito pouco tempo. Chegou a pensar que realmente morrera, que lograra êxito em seu intento, mas tudo era muito confuso.
Arrastou-se até o banheiro, apoiou-se na pia e com dificuldade levantou-se. Fitou por longos minutos o espelho, e do espelho olhos vazios em um rosto pálido devolviam o olhar. Sentiu suas mãos umidecerem, levantou lentamente os braços e, ao ver um filete de sangue sair de sua branca pele compreendera que falhara.
By lordcaio
terça-feira, 22 de março de 2005
Acaso
Não é por acaso Não é sem querer Sempre faço estas coisas Elas sempre acontecem Não é por acaso Sinto dor só para doer Dói só para sofrer. Não é sempre que percebo Às vezes não acontece Mas se acontecer... Não é por acaso Não é (sempre) sem querer O que eu quero, eu procuro. ão encontro, mas acontece Não é por acaso Mas tudo é tão rápido Não é sem querer Nunca mais vai ser igual Nunca antes foi diferente Não é por acaso Mas hoje quero ser feliz Não quero esquecer Mas quero ser feliz Pode acontecer Um dia pode ser Um dia vou ser feliz Mas não vai ser por acaso Um dia vai acontecer | Vou sentir dor e continuar contente O problema é bem maior. Não é que seja eu É que realmente não sou eu. Não é por acaso Nunca antes foi e hoje não vai ser Por acaso hoje não reclamei Sei que não é por acaso Queria muito que fosse Tudo passa, mas até quando? Tudo passa, não por acaso. Mas essa dor que venho sentindo? Não é por acaso que tudo passa? Não. Acho que não vou ser feliz! Acho que não vai acabar Um passo incerto no escuro Totalmente ao acaso Não, não quero nada Não é, nem nunca foi sem querer Nunca foi sem quererNunca foi Nunca antes Espero um dia acordar Espero um dia pensar Espero um dia entender Saber, quem sabe... Por que não é por acaso? Por que (nunca) é sem querer. |
By lordcaio
segunda-feira, 21 de março de 2005
A chuva melancólica
Sangue de pulsos cortados,
Escoado para um cálice de ouro
Bebo e saboreio a minha dor
Como se de vinho se tratasse
Ao som da chuva tento adormecer
Mas o sono não me trás esquecimento
Passeio-me por corredores vazios
Decorados com pinturas sem vida
Olho através das janelas,
Do meu palácio assombrado
E vejo os jardins vazios
Tudo vazio…
Os rostos nos meus sonhos
As memórias de quando era herói
Tudo se resume ao vazio
Pois os rostos nos meus sonhos
Vêm por mim
Lembrando-me de que já não sou herói
Apenas me resta este cálice de ouro
Onde bebo este néctar amargo,
Néctar que não me deixa enlouquecer…
segunda-feira, 14 de março de 2005
IMAGEM PERDIDA
Desejava seu ventre corrompido pelo gozo
Seus corpos nesse sexo tão exposto.
Amá-lo até o fim de sua vida
Suas bocas para sempre em clausura.
Sua única saída.
E tanto desejou que a imagem então se aproximou
E, num ímpeto, ao encontro dela se arremessou.
Nem os estilhaços do espelho, Nem o sangue em vermelho
Lhe fez compreender
Que foi tanto o amor que se verteu
Que nela já não estava mais seu eu
Que aquele corpo no espelho era mesmo o seu
Não o corpo ao encontro do qual se arremeteu
Não o corpo do desejo que a ensandeceu
E o que restou além dos estilhaços
Foi uma lágrima em meio ao sangue chorando a imagem que se perdeu.