sexta-feira, 29 de julho de 2011

Efêmero


Sou assim, assim mesmo. Efêmero, passageiro, inconstante. Apenas resta de mim aquilo que não se pode palpar e que não se pode ver, mas pode ser lembrado e desta forma sentido. Sou assim, preciso, mas não quero mudar, sou inconstante, mas a mudança não me faz bem. Não me faz bem por eu não estar bem. Um dia, talvez, tudo mude, eu mude e de tanto mudar me fixe, me dedique a alguma coisa e apenas a uma coisa, ou a nada, apenas a mim, mas por hoje sou passageiro, mostro minha melhor face e depois desapareço, antes que a máscara caia, que minha sujeira suje aquilo que é para ser bonito.

By Carlo

sexta-feira, 22 de abril de 2011

PASSAdo

Já fui feio
Já fui bonito
Hoje sou o que sou,
Acima de classificações
Acima de tudo que me prendeu
Ao nível do que me deu asas...

Ontem eu mergulhava em lágrimas
Hoje vôo, alto... Tanto quanto sou capaz de imaginar.

Ontem eu era você, hoje sou eu.
Ontem eu era pra mim, hoje sirvo a todos.
Não por obrigação, mas por prazer.
Todo prazer que o mundo é capaz de proporcionar,
Tanto quanto posso suportar.

by Carlo

sábado, 16 de abril de 2011

Palavras sem sentido.

Pode a rosa florir depois da primavera?
Pode o sol brilhar com força total após o verão?
Ainda há flores a cair depois do outono?
Ou neve a derreter findo o inverno?
Luz a brilhar chegada noite sem lua ou brisa suave ao sol do meio dia?
Orvalho refrescante ao fim da tarde... O que resta depois de tudo?
Todas as palavras ditas, todos os gestos encenados. Sem ensaios vividos e sentidos e sofridos e, enfim, esquecidos.
O que resta é mesmo isso. Tudo o que resta é isso. Palavras sem sentido àquele que não sente. Sem sentido como tudo parece depois de passada a emoção.

By Carlo

segunda-feira, 3 de agosto de 2009


Um anjo triste encostou hoje a cabeça no meu ombro e chorou. Fiquei sem palavras. Como se consola um anjo? Que perdas choraria em meu ombro essa criatura celestial? Que dores angelicais justificariam a humanidade desse ato inesperado aquecendo a palidez desse dia tão igual aos outros? Nenhuma palavra destravou a minha língua, nenhuma intuição a quebrar a minha paralisia súbita... Às minhas costas, o anjo absoluto e humanamente desamparado recostou a cabeça na breve eternidade dos meus ombros e chorou. Senti suas lágrimas escorrerem para dentro de mim como uma chuva pesada e quente.

Anjo tresloucado, tão breve, tão necessário... Chorava a minha tristeza.

Ainda sem palavras, sinto o coração aquecido por um afago angelical.

quinta-feira, 12 de março de 2009

quarta-feira, 11 de março de 2009

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Oração

Deus dê-me forças para afastar de mim a tentação que cada vez mais se aproxima.
Que o meu silêncio seja cúmplice das minhas insanas intenções.
Que o que trago no peito seja forte o suficiente para não sucumbir aos chamados do corpo e aos devaneios do próprio coração.
Que eu poderia pensar que sou? Que eu poderia esperar de mim? Por mais que a solidão que ronda me assuste...
Por mais que o vazio ao meu lado esteja ficando cada vez mais intenso, tão forte que até parece criar forma e corpo. Corpo e formas que me agradam de uma maneira quase impossível de controlar, sempre há um medo ou um instinto ou sei lá o que me deixa em alerta, me lembra que essas formas são vazias, são quentes, mas incapazes de me aquecer, são fortes, mas não me protegem, são bonitas, mas não há como eu contemplá-las de olhos abertos.
Por algum tempo fui feliz, muito feliz, em um segundo fui jogado do céu e caí na terra, a meio caminho do inferno.
No momento em que inferno deixou de ser tenebroso e passou a ser até agradável, antes que eu pudesse caminhar até ele, deus me chamou de volta (ou o próprio diabo me expulsou) e aqui estou. Cercado por uma miséria de anjos e demônios, que me tiram o sono à noite e seguram meus passos durante o dia. Que não sei se exorcizo ou se os chamo de vez para ficarem ao meu lado, mesmo que sozinho...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Com os relacionamentos anteriores aprendi:

Que não há o que aprender

Não existe fórmulas

Que o certo e o errado mudam assim como as pessoas mudam

Que a saudade faz parte de tudo que é (foi) bom ou ruim

Que a saudade é uma dor que não para de doer, nós apenas nos habituamos a ela

Que nem sempre o fim é o fim ou o começo é um começo

Que se não doer não vale a pena

Que mesmo não valendo a pena não deixa de ser importante

Que tudo pode, desde que seja escondido (bem escondido) e sem remorso


Pra falar bem a verdade...


acho que não aprendi nada não...

domingo, 13 de julho de 2008

Conto I - O Início

Era um jovem comum como tantos outros que existem nesse mundo, levava uma vida simples com seus pais na fazenda, ajudava nas tarefas locais e, mesmo sendo um pouco tímido e arredio, julgava-se feliz com a vida que tinha. Porém, desde que seus pais foram encontrados misteriosamente mortos na floresta, onde costumavam passear com seu cão labrador de pelagem amarelada nas tardes do início da primavera, quando o clima ainda está tão quente e não há tantos insetos para incomodar, sentia que não era mais o mesmo e coisas estranhas e sem explicação pareciam acontecer quando ele estava por perto.

Sua vida mudou drasticamente após a morte de seus pais, foi obrigado a mudar-se para a cidade e ter os bens herdados administrados por um tutor revelado na leitura do testamento de seus pais, que vivia na Europa e que ele sequer considerava existir.

No seu primeiro aniversário sozinho, sem seus pais resolveu ir ao cemitério, lugar que ultimamente vinha visitando com freqüência. Sentou entre as duas lápides brancas de mármore barato e perdeu a noção do tempo tentando entender não apenas a razão de ter perdido seus pais tão cedo, mas a forma trágica com que seus corpos haviam sido encontrados por ele próprio. Quando deu por si já era tarde, o sol sumia no horizonte e seus últimos raios deixavam o céu com um tom laranja esverdeado muito artificial. Levantou-se para ir embora e percebeu um pequeno objeto esférico exatamente no local onde ele estava sentado, se perguntou como não percebeu sua presença antes, e imaginou que aquilo seria um presente de seus pais, único que recebera em seu aniversário.

Passado alguns meses começou a sentir-se estranho, como se fosse observado o tempo todo. Por diversas vezes teve a nítida sensação de que estava sendo espionado, chegado a ver olhos escuros e sem brilho nos cantos e frestas de sua casa, sua escola, pela rua e em todos os lugares. Até em seus sonhos essa sensação lhe perseguia. E foi em um sonho que olhou mais de perto pela primeira vez o objeto que encontrara no seu ultimo aniversário, percebendo em sua superfície lisa e quase perfeita algumas marcas, como retas, paralelas, tangentes, ângulos e espirais, que pareciam terem sido feitas de dentro para fora. A partir deste dia deixou de se sentir intimidado pela sensação de ser vigiado o tempo todo, como se em posse deste objeto ele ficasse invisível aos olhos que via pelos cantos.

Mas aquele dia, exatamente um ano da morte de seus pais e desaparecimento de seu cachorro, havia acordado diferente, como se seu despertar fosse a continuação de um sonho real. Um assustador pesadelo. Vestiu-se rapidamente e enquanto colocava a camiseta branca e sem estampa olhou demoradamente para o objeto que trazia pendurado em seu pescoço, achando-o estranho demais para ser usado com um pingente, mas mesmo assim continuou com ele, vestiu uma blusa de moletom surrada, com capuz e zíper e saiu para uma caminhada, sem nem ao menos se alimentar.

Andou por ruas e quarteirões. Aquela sensação de ser observado estava diferente hoje. Não via olhos nas frestas, mas sentia que havia alguém em seu encalço. Avançando para próximo dele a cada passada. Assim perdeu a noção do tempo e a estranha sensação, que não chegava a ser medo, tomou conta de seu corpo e seus sentidos e andou o dia todo, passou ruas e quarteirões, deu voltas pela cidade inúmeras vezes, se afastou de seu bairro, caminhou até que, ao cair da noite, que para ele pareceu chegar logo após o meio dia, chegou a uma parte da cidade que ele não conhecia, onde havia vários terrenos baldios, e nas poucas casas e estabelecimentos comerciais decrépitos as janelas e portas estavam fechadas. Logo que o sol lançou seu último raio e sua luz se apagou por completo na barra do horizonte e o céu ficou iluminado apenas pelas estrelas dessa noite sem luar ele teve instinto forte e urgente de correr e se esconder. Temeu por sua vida, percebendo e aceitando o que vinha negando fortemente, revelando para si mesmo que a morte de seus pais fora causada por forças extra-humanas. Por uma força má e desconhecida, que o vinha observando há meses, que lentamente planejava um ataque derradeiro e que hoje decidira que era hora de dar o golpe de misericórdia, acabando com o último representante de sua família.

Correu como um desesperado pelo complexo labirinto que as ruas da cidade desconhecida projetavam. Suas pernas finas e seu porte magro não lhe ajudavam muito nessa hora. Segurava fortemente contra o peito o objeto que ele tinha como um amuleto sagrado, como se aquele pequeno objeto, ladeado por inscrições indecifráveis fosse capaz de mantê-lo a salvo da fúria assassina que o perseguia veloz como uma flecha. Correu mais rápido que pode, tropeçara no meio fio, sem, contudo perder o equilíbrio virara a esquerda e depois à direita – meu deus, como posso escapar disso? – mais uma vez à direita e pronto, estava acabado! Chegara a um beco escuro e fedorento, iluminado pelo néon, ora azul, ora vermelho, de uma boate barata, onde homens taciturnos de casaco preto entram rápidos e jogavam cartas até o amanhecer, apostando um dinheiro que não possuíam com homens que não conheciam sem se importar com suas vidas.

Sabia que sua única chance de salvação era usar o amuleto que possuía – usar corretamente o amuleto que possuía – mas nunca, desde que o encontrara, conseguira decifrar a mínima parte daquelas confusas riscas feitas no objeto que parece ser muito antigo. Subitamente vira-se para a direção de onde acabara de chegar, não fazia idéia de onde se encontrava. Apenas tinha certeza de que não podia se entregar, e não podia entregar seu amuleto àquele espectro que o perseguira, sabia embora sem entender como, que precisava manter aquele objeto próximo de si. Em um ato automático, levou rapidamente o objeto à boca e em menos de um segundo este já adentrava seu estômago vazio, pois desde o anoitecer do dia anterior não se alimentava.

Mal acabara de abaixar sua mão e sente que, embora não veja nada, não está mais sozinho naquele beco. Desesperado cai de joelhos, em um gesto misto de fraqueza e resistência, com tanta força e velocidade rasgando seu velho jeans e gerando uma escoriação em sua pele pelo atrito brusco contra o asfalto áspero e úmido.

Repentinamente ficara difícil respirar ali, como se a cada inspiração o ar fugisse de seus pulmões, ao invés de entrar e a cada expiração seu tórax fosse comprimido por uma mão que o envolvia. Força a visão a sua frente, mas não consegue distinguir nada entre os flashs coloridos que o néon jogava naquele estreito beco, azul – vermelho -escuro. Concentrou-se tanto e com tal força para enxergar algo que caiu em uma espécie de transe. Passou a ver seus movimentos como em um filme de suspense.

Do alto viu seu corpo de joelhos, que estranhamento já não era seu. Vê uma pequena mancha de sangue em cada rasgo recém-feito em sua calça, viu-se lá embaixo parado, olhando fixamente para frente. Alguém desatendo não perceberia que havia mais alguém naquele sombrio ambiente, mas ele pode distinguir, agora olhava do alto, um borrão parado, suspenso no ar, não maior que uma lata de lixo. Não pode distinguir braços, pernas, boca ou olhos, nem ao menos algo que se parecesse com uma cabeça. Quando percebeu a estranheza da situação, estando ele suspenso a mais de 3 metros do chão, contemplando ele mesmo ali no chão molhado e sujo, ajoelhado diante de uma figura disforme que flutuava como um balão de festa infantil, amarrado por uma linha imaginária em uma das pedras da rua para não sair voando até as nuvens negras daquele céu sem luar, percebeu o ridículo e irreal da situação e começou a pensar se já não havia morrido, ou então não estava louco, se os meses de solidão e o trauma da perda dos pais não tinham enfim levado sua sanidade junto com a esperança de um dia ser feliz, ou (em uma tentativa fútil de acalmar-se) apenas tendo alucinações causadas pela fome e pela sede – é, deve ser isso, devo estar tendo alucinações, devo ter ficado louco e... – viu do alto onde se encontrava, ele mesmo abaixo, movendo-se, viu seu braço direito levantando-se, primeiro com dificuldades, como se fosse um fantoche manipulado por mãos inexperientes. Em um movimento incerto e trêmulo seu braço fica completamente estendido, apontando para o céu, sua mão espalmada, os cinco dedos afastados e trêmulos como uma flâmula ao vento. Sentiu suor escorrendo por sua testa estreita, até acumular-se sobre as grossas sobrancelhas e escorrer pelas laterais de seu rosto comprido, mas não sabia se quem suava era ele próprio, flutuando no céu ou seu outro eu, ajoelhado no chão – oh deus, definitivamente devo estou louco! – a estranha figura que lá em baixo o observava sem olhos, que agora ele já não tinha tanta certeza de sua existência, parecia ter se movido mais para perto da pessoa que de forma tão submissa continuava dobrada sobre seus joelhos magoados, com o braço levantado e agora com os dedos unidos, todos os cinco em forma de cunha. O que olhava a cena do alto, neste momento sentiu seu pescoço formigar, sua cabeça pequena ficar pesada, tão pesada a ponto de não poder sustentá-la com a força de seu pescoço dormente, sentindo-se obrigado a segura-la com as mãos para que não despencasse lá do alto, levando consigo também o seu corpo, que agora formigava como se anestesiado. Voltou a olhar o sujeito ajoelhado – pro inferno com isso tudo, quando esse devaneio vai acabar? – desta vez ele, no chão, estava também com o pescoço em completa extensão, o olhar vago, voltado à mesma direção que os dedos unidos apontavam – como pode alguém dobrar tanto assim o pescoço e continuar vivo? – percebeu que o corpo não tremia mais, que nem um músculo se mexia, e permaneceu nessa posição por um instante que pareceu mais uma eternidade. A estranha criatura pareceu soltar um ruído dentro de si, como a batida rápida das castanholas de uma bailarina flamenca descompassada, o último barulho emitido, mais forte e penetrante, pareceu continuar ecoando naquele beco mal iluminado. Continuaria ecoando se o rapaz ajoelhado, em um movimento rápido como o de uma águia em seu vôo rasante em busca da escolhida caça, não tivesse mergulhado sua mão, seu punho e seu antebraço inteiro, até onde a dobra do cotovelo permitiu, através de sua estreita boca de lábios finos, passando pela garganta e esôfago até invadir seu próprio estômago, revirando freneticamente suas entranhas em busca de algo, assim como os abutres fazem com a cabeça enfiada na carcaça em decomposição.

O que estava no alto observa com náuseas a cena, já percebendo o que está prestes a acontecer, de alguma forma a estranha criatura sabia que o rapaz havia escondido o precioso talismã em seu interior e o estava obrigando a procurar em seu próprio corpo, o pequeno objeto que há pouco engolira a fim de preservá-lo. Realmente era o fim, realmente, se já não estava morto, em breve morreria. Enquanto seu corpo tremia como o de uma criança que convulsiona, a procura pelo talismã em seu esconderijo visceral continua. Das laterais da boca, exageradamente aberta assim como a das cobras quando engolem uma presa grande demais, escorria sangue em grande quantidade. A mão de dedos longos e unhas sempre aparadas, agora no interior do estômago, sangrava através de dois grandes cortes produzidos pelos compridos e afiados dentes muito brancos e alinhados que possuía da cavidade bucal que acabara de invadir, estava sentindo os efeitos corrosivos do suco estomacal, terrivelmente ácido e concentrado devido ao longo período de jejum.

A criatura se estremece, emitindo um som longínquo que mais parecia o gemido triste e fúnebre das vigas de um velho galeão que passa por uma tempestade violenta, podendo-se quase distinguir nas notas mais altas os trovões raivosos lançando seu brado aos sete mares. Em um movimento rápido e inesperado, como o bote certeiro e calculado de uma serpente a estranha forma avança sobre o rapaz ficando a um palmo deste, que continua freneticamente revolvendo seu interior com sua mão, que agora já começa a ter sua pele, músculos e tendões desfeitos pela ação do suco gástrico, à procura de um objeto sólido, com o tamanho e forma que lembram um olho fora de sua órbita. Agora a criatura estava posicionada entre o observador e o rapaz, sendo também parcialmente iluminada pelas variações de cores que o néon produzia. A fraca luz que a iluminava, a atravessava, como a luz de uma geladeira aberta incidindo sobre uma gelatina, mas não chegava ao outro lado. Não havia nele detalhes para serem observados, também não podiam ser distinguidos os limites de seu corpo, parecia mais um monstro mal feito, saído de um cinema trash de quinta categoria. Porém essa forma bizarra carregava algo em si que assustava e que paralisava de medo, talvez pelo simples fato de ser ridícula e simples demais para justificar sua existência, talvez por ter sido capaz de obrigar o rapaz a revirar suas entranhas com sua própria mão sem ao menos tocá-lo.

Mais uma vez o ruído frenético das castanholas é ouvido e os tremores no corpo do rapaz cessam. Sem pressa o braço do rapaz desliza para fora, completamente coberto de sangue, sua boca permanece escancarada, bochechas flácidas e pálidas contrastavam com o vermelho vivo de sangue que as cobria. Nas mãos não mais havia pele ou carne, apenas podia ser visto brancos ossos e tendões, ora azulados, ora avermelhados pelo brilho oscilante do néon. As batidas descompassadas das castanholas continuavam cada vez mais rápidas, e o rapaz estende seu braço e sua mão quase completamente corroida atravessando lentamente a matéria que formava aquele ser. Nem sinal do talismã ou algo que interessasse à criatura, que pareceu aumentar e dobrar de tamanho enquanto emitia um ruído semelhante ao pio agourento de uma coruja, misturado ao coaxar nervoso de um sapo sob a chuva. Aumentou tanto que ao som de um baque surdo desfez-se no ar como as espirais errantes da fumaça de um cigarro que queima solitário em um cinzeiro dentro da boate onde os homens de andar rápido passam a vida a apostar o que não possuem, a fim de ganhar o que não lhes pertence para poder, novamente, empenhar tudo em uma nova cartada.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Amizade!


Saudades de você Suuuu!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Três anéis para os Reis-Elfos, sob este céu,
Sete para os Senhores-Anões em seus rochosos corredores,
Nove para os Homens Mortais, fadados ao eterno sono,
Um para o Senhor do Escuro em seu escuro trono
Na Terra de Mordor onde as Sobras se deitam.
Um Anel para a todos governar, Um anel para encontrá-los,
Um Anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los
Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam.



segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O Post ae de baixo é pra vocês...


Ione ---- Julio ---- Suellem

Adoro vocês!!!

Amigo Aprendiz

"Quero ser teu amigo
Nem demais e nem de menos
Nem tão longe e nem tão perto
Na medida mais precisa que eu puder
Mas amar-te como próximo, sem medida,
E ficar sempre em tua vida
Da maneira mais discreta que eu souber
Sem tirar-te a liberdade
Sem jamais te sufocar
Sem forçar a tua vontade
Sem falar quando for a hora de calar
E sem calar quando for a hora de falar
Nem ausente nem presente por demais,
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo,
Mas confesso,
É tão difícil aprender,
Por isso, eu te peço paciência
Vou encher este teu rosto
De alegrias, lembranças !
Dê-me tempo
De acertar nossas distâncias! "

by Fernando Pessoa

domingo, 28 de outubro de 2007


"Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda."

By Cecília Meireles

Apartamento 41


Como eu estava me sentindo bem naquele momento. Poder transformar sonho em realidade fez-me rejuvenescer dez anos. Sentado no chão da sala, em meio aos ecos daquele imenso e vazio apartamento, meus pensamentos até então reprimidos por coisas que eu sempre quis fazer e nunca fiz podiam finalmente voar.

By Nelson Luiz de Carvalho

Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre.

Cecília Meireles

sábado, 27 de outubro de 2007

Te Amo!




Não sei por que...




mas...



Amo você!

domingo, 2 de setembro de 2007

Minha Doce Criança

Ela tem um sorriso que para mim parece
Me fazer lembrar de memórias de infância
De quando tudo era fresco como o céu azul brilhante
De vez em quando, quando vejo seu rosto
Ela me leva para aquele lugar especial
E se eu olhasse muito
Provavelmente perderia o controle e choraria

Ela tem olhos como o azul do céu
Como se eles pensassem na chuva
Eu odeio olhar naqueles olhos
E ver uma pitada de dor
Seus cabelos me lembram um lugar quente e seguro
Onde como uma criança eu iria me esconder
E rezaria para o trovão
E para a chuva
Passarem serenamente por mim

Oh, Oh, Oh
Minha doce criança
Oh, Oh, Oh
Minha doce amada

Para onde vamos?
Para onde vamos agora?
Para onde vamos?
Para onde vamos agora
Doce criança?
Para onde?
Para onde vamos agora?
Oh, não, não, não, não
Minha doce criança.

Tradução de Sweet Child O' Mine, Guns n'Roses.
Download via emule (mp3): Guns and Roses - Sweet Child O' Mine
Letra em inglês aqui!
Clip no Youtube:


domingo, 18 de março de 2007

no title

como dizer q te amo...
se ñ estamos juntos...
como dizer te amei...
se ainda te amo...
como dizer te quero...
se vc não me quer...
como dizer q vou te esquecer...
se ñ vivo sem você...
como dizer q quero voltar...
se nada acabou...
como dizer q terminou...
se nada começou...


desconheco o autor

no title

O mundo é grande e mau

Me trouxe até você e agora te tirou de mim

Estamos quase do mesmo lado

Estamos quase lado a lado

Mas mesmo assim você está ai e eu aqui

Não sei até quando vamos estar juntos,

Se já estamos a tanto separados.

Não sei quando isso vai ter fim

Não sei quando vou ter você novamente

Ao lado de mim.



by lordcaio

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

passado

Eu ainda lembro
Lembro de como era
E como era pra ser

Hoje eu me esqueço
Ou tento esquecer
Esquecer de como foi
E de como nunca vai ser...


by lordcaio

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Midiatrix Revelations

Menos né?

sexta-feira, 19 de maio de 2006




Sex

Feliz daquele que ama a vida
em toda sua extensão,
libertando-se de qualquer preconceito,
irradiando apenas a luz natural de se alegrar com todos aqueles
que estão ao seu lado,
ignora os erros em seu semelhante,
dando o seu coração, em troca de uma
Amizade sincera e eterna...
De pessoas assim,
poderemos obter o exemplo,
do que é realmente saber viver...

desconheço o autor

quinta-feira, 4 de maio de 2006



Serei a pedra o sal a água
Aquela palavra ausente
Serena que o mal afasta
Da calmaria das noites
A orvalhada a neblina
Deslizando em ténues brilhos
No azul-negro da cidade
Lusco-fusco que se espalha
Em traços curvas d’estrada
A solidão caminhante
Rio descendo a montanha
Saltando escolhos veloz
O laço que se estende
No abraço no instante
Da água que beija a foz
Serei a onda que grita
No interior de nós
A descoberta tardia
O Amor a Liberdade a Paz
Cobrir-me-ão amanhã
Quando a Terra despertar
Para mais um dia
De intuições benditas
E o sorriso aclarar

By Brancoepreto

O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho.

É viver cada momento e construir a felicidade aqui e agora.
Claro que a vida prega peças. O bolo não cresce, o pneu fura, chove demais, perdemos pessoas que amamos...

Mas, pensa só:
Tem graça viver sem rir de gargalhar, pelo menos uma vez ao dia?
Tem sentido estragar o dia por causa de uma discussão na ida pro trabalho?

Eu quero viver bem... e você?
2005 foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas, mas também de problemas e desilusões, tristezas, perdas, reencontros...

Normal...
Às vezes, se espera demais. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou...

Normal...
2006 não vai ser diferente. Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas, e aí? Fazer o quê?
Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?

O que eu desejo para todos nós é sabedoria. E que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa experiência.
O nosso desejo não se realizou?
Beleza... Não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa para esse momento (me lembro sempre de uma frase que ouvi e adoro: "cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade".)

Chorar de dor, de solidão, de tristeza faz parte do ser humano...
Mas, se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes.
Desejo para todo mundo esse olhar especial!
2006 pode ser um ano especial, se nosso olhar for diferente.

Pode ser muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso.
Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro.
2006 pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, especial!

Depende de mim... De você.

Pode ser... E que seja!

By Arnaldo Jabor

domingo, 8 de janeiro de 2006

Surreal

Surreal, um tema surreal
Pássaros voando de cabeça para baixo
O sol verde, tão natural
A grama cozida dentro de um tacho
O boi remando rio abaixo

Surreal, um tema surreal
O sinal de parar, correndo pela rua
O carro berrando no Pantanal
Um bombeiro pegando fogo na grua
Enquanto sambava no Carnaval

Um pato pateta numa casa sem paredes
E Vinícius escrevendo alguma coisa e tal
Toquinho numa folha qualquer, azul ou verde
Requebrando sob a luz de Portugal

Um cadeado que trancou a ele mesmo
Dentro de uma caixa de cereal
Um coelho e Alice correndo a esmo
Pelas letras de um livro surreal

Surreal, um tema surreal
Elefantes rosados enxergando um bêbado com bolinhas
Uma sinfonia de Beethoven triunfal
Sendo cantada em rap por mocinhas
Que cantar mesmo, o fazem muito mal

Um nuvem em formato de paradoxo
Que faz chover pedras de sal
Caindo em cima de um judeu ortodoxo
Que canta salmos católicos de Natal
Surreal, o que pode ser surreal?

Autor desconhecido

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

"Que o caminho seja brando a teus pés.
Que o vento sopre leve em teus ombros.
Que o sol brilhe cálido sobre tua face.
Que as chuvas caiam serenas em teus campos.
E até que eu te veja, que os Deuses te guardem nas palmas de Suas Mãos."

Benção Irlandesa

domingo, 27 de novembro de 2005

O mundo é grande

.
O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.

By Carlos Drummond de Andrade

Lisbon revisited (1923)


NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!

By Álvaro de Campos

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

Aponte para o sempre...

Pensamos que às vezes não restou um só dragão.
Não há mais qualquer bravo cavaleiro,
nem uma única princesa a passear por florestas encantadas.

Pensamos às vezes que a nossa era
está além das fronteiras, além das aventuras.
Que o destino já passou do horizonte e se foi para sempre.

É um prazer estar enganado.
Princesas e cavaleiros, encantamentos e dragões,
mistério e aventura... não existem apenas aqui e agora,
mas também continuam a ser tudo o que já existiu nesse mundo.

Em nosso século só mudaram de roupagem.
As aparências se tornaram tão insidiosas
que as princesas e cavaleiros podem se esconder um dos outros,
odem se esconder até de si mesmos...

Contudo, os mestres da realidade, ainda nos encontram em sonhos,
para dizer que nunca perdemos o escudo de que precisamos contra os dragões...

A intuição sussurra a verdade!
Não somos poeiraSomos magia!
Feche os olhos...E siga sua intuição


by Richard Bach

terça-feira, 16 de agosto de 2005

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoista e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve, Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender nada, numa alegria atônita...
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.

by Mário Quintana

sexta-feira, 29 de abril de 2005

Melancolia

"Não busquemos no amor os grandes prazeres, ardentes e inebriantes; quemos as modestas alegrias, tocadas de suave melancolia. A melancolia é alguma coisa santa, eco de uma harmonia executada no céu, sentimento que perfuma o amor e o faz incorruptível".
By C. Bini

domingo, 17 de abril de 2005

O buraco do espelho


O buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar aqui
com um olho aberto, outro acordado
no lado de lá onde eu caí

Pro lado de cá não tem acesso
mesmo que me chamem pelo nome
mesmo que admitam meu regresso
toda vez que eu vou a porta some

A janela some na parede
a palavra de água se dissolve
na palavra sede, a boca cede
antes de falar, e não se
ouve
Já tentei dormir a noite inteira
Quatro, cinco, seis da madrugada
vou ficar ali nessa cadeira
uma orelha alerta, outra ligada

O buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar agora
fui pelo abandono abandonado
aqui dentro do lado de fora

By Arnaldo Antunes

sexta-feira, 1 de abril de 2005

Vida que temos

"Temos, todos que vivemos, uma vida que é vivida
E outra que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar."


By Fernando Pessoa

(...)

Lentamente a lâmina fria deslizou sobre seu trêmulo pulso - desta vez a brincadeira era séria! Desta vez a dor que havia em seu coração suprimiu a dor daquele fino corte. Sentiu seu sangue quente escorrer pelo seu braço até o cotovelo, para depois cair em lentas e pesadas gotas até o chão. Com a mesma despreocupada calma repetiu o ato em seu outro pulso - desta vez com mais vigor, o medo da dor e da morte há tempos não existia mais.

Por ironia do destino ou por mera brincadeira de deus aquele não foi o seu fim e ao término da tarde do dia seguinte acordou-se e olhou a sua volta. Estava confuso, sem noção de tempo e espaço. Sentia sede, frio, dor...

Sentia-se sujo, sentia-se vazio! Em seu peito não sentia mais seu coração... em seu peito não havia nem cinzas de uma paixão que queimou muito por muito pouco tempo. Chegou a pensar que realmente morrera, que lograra êxito em seu intento, mas tudo era muito confuso.

Arrastou-se até o banheiro, apoiou-se na pia e com dificuldade levantou-se. Fitou por longos minutos o espelho, e do espelho olhos vazios em um rosto pálido devolviam o olhar. Sentiu suas mãos umidecerem, levantou lentamente os braços e, ao ver um filete de sangue sair de sua branca pele compreendera que falhara.

By lordcaio

terça-feira, 22 de março de 2005

Acaso


Não é por acaso
Não é sem querer
Sempre faço estas coisas
Elas sempre acontecem
Não é por acaso
Sinto dor só para doer
Dói só para sofrer.
Não é sempre que percebo
Às vezes não acontece
Mas se acontecer...
Não é por acaso
Não é (sempre) sem querer
O que eu quero, eu procuro.
ão encontro, mas acontece
Não é por acaso
Mas tudo é tão rápido
Não é sem querer
Nunca mais vai ser igual
Nunca antes foi diferente
Não é por acaso
Mas hoje quero ser feliz
Não quero esquecer
Mas quero ser feliz
Pode acontecer
Um dia pode ser
Um dia vou ser feliz
Mas não vai ser por acaso
Um dia vai acontecer
Vou sentir dor e continuar contente
O problema é bem maior.
Não é que seja eu
É que realmente não sou eu.
Não é por acaso
Nunca antes foi e hoje não vai ser
Por acaso hoje não reclamei
Sei que não é por acaso
Queria muito que fosse
Tudo passa, mas até quando?
Tudo passa, não por acaso.
Mas essa dor que venho sentindo?
Não é por acaso que tudo passa?
Não. Acho que não vou ser feliz!
Acho que não vai acabar
Um passo incerto no escuro
Totalmente ao acaso
Não, não quero nada
Não é, nem nunca foi sem querer
Nunca foi sem quererNunca foi
Nunca antes
Espero um dia acordar
Espero um dia pensar
Espero um dia entender
Saber, quem sabe...
Por que não é por acaso?
Por que (nunca) é sem querer.

By lordcaio

segunda-feira, 21 de março de 2005

A chuva melancólica

Coração melancólico...
Sangue de pulsos cortados,
Escoado para um cálice de ouro
Bebo e saboreio a minha dor
Como se de vinho se tratasse
Ao som da chuva tento adormecer
Mas o sono não me trás esquecimento
Passeio-me por corredores vazios
Decorados com pinturas sem vida
Olho através das janelas,
Do meu palácio assombrado
E vejo os jardins vazios
Tudo vazio…

Os rostos nos meus sonhos
As memórias de quando era herói
Tudo se resume ao vazio
Pois os rostos nos meus sonhos
Vêm por mim
Lembrando-me de que já não sou herói
Apenas me resta este cálice de ouro
Onde bebo este néctar amargo,
Néctar que não me deixa enlouquecer…

segunda-feira, 14 de março de 2005

IMAGEM PERDIDA

IMAGEM PERDIDA Kali
Desejava seu ventre corrompido pelo gozo
Seus corpos nesse sexo tão exposto.
Amá-lo até o fim de sua vida
Suas bocas para sempre em clausura.
Sua única saída.

E tanto desejou que a imagem então se aproximou
E, num ímpeto, ao encontro dela se arremessou.

Nem os estilhaços do espelho, Nem o sangue em vermelho
Lhe fez compreender
Que foi tanto o amor que se verteu
Que nela já não estava mais seu eu
Que aquele corpo no espelho era mesmo o seu
Não o corpo ao encontro do qual se arremeteu
Não o corpo do desejo que a ensandeceu

E o que restou além dos estilhaços
Foi uma lágrima em meio ao sangue chorando a imagem que se perdeu.