terça-feira, 16 de agosto de 2005

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoista e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve, Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender nada, numa alegria atônita...
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.

by Mário Quintana